sábado, 28 de novembro de 2009

A MÚSICA DE ÁLVARO HENRIQUE

Queridos(as) Leitores(as)
Álvaro Henrique é um jovem violonista que se interessa pela divulgação da música erudita. Gostei do comentário que ele colocou em meu blog e torço para que continue firme em seus propósitos, apesar de todas as dificuldades que acompanham a vida dos músicos no Brasil. Convido todos(as) vocês a assistirem o video no qual ele toca, fala das composições, dos compositores e sobre o "violão clássico". O endereço é http://vimeo.com/7803038.  Também possui o site: http://www.alvarohenrique.com/.
Álvaro, parabéns.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

BLOG GENERACIÓN Y - AYUDAR

Meus queridos e minhas queridas.
A pedido de amigos, estou divulgando o blog de uma garota cubana que tem sido vítima de violência por relatar o cotidiano da ilha. Acho que vale a pena conhecermos e debatermos o assunto. Um abraço.

http://www.desdecuba.com/generaciony/?page_id=2222

sábado, 7 de novembro de 2009

CASO UNIBAN.

Queridos(as) leitores(as)
O Luis Fernando Vitagliano, Mestre em Ciência Política pela Unicamp e professor de Relações Internacionais da FMU escreveu um texto sobre os acontecimentos que envolveram uma estudante da Uniban. O fato de usar mini saia provocou reações violentas de jovens que inconformados com a atitude da colega, agrediram-na fisicamente e com palavrões. Compartilho com Vitagliano a sua indignação e por isso resolvi publicar no meu blogue as ideías ali colocadas. Concordo que os(as) estudantes poderiam opiniar a respeito do traje usado,  afinal vivemos numa democracia..., mas daí partir para agressões? É um caso para pensarmos sobre o tipo de educação que esses jovens têm recebido. O governo do Estado e todo o seu aparato técnico burocrático dizem que universidades como USP e Unicamp não ensinam nada, uma vez que seus cursos, principalmente os de formação de professores, são essencialmente ideológicos. O que chamam de ideológico? Uma formação que alerta para os perigos da falta de reflexão? Vale aqui um alerta: Hannah Arendt em "A Vida do Espírito" comenta o julgamento do nazista Eichmann em Jerusalem. Quando ele era inquerido sobre as atrocidades cometidas, sempre alegava ter sido um excelente funcionário, e era simplesmente incapaz de pensar sobre decisões éticas. Sempre que era confrontado com situações para as quais não havia procedimentos de rotina parecia indefeso. Diz Arendt que não se trata de estupidez, mas de irreflexão, ou seja, "é mais provável que a perversidade seja provocada pela ausência de pensamento".


Caso Uniban: a barbárie do conhecimento sem ética
(Publicado em "OPINIÃO" do JORNAL DA TARDE em 07/11/2009)
http://txt.jt.com.br/editorias/2009/11/07/opi-1.94.8.20091107.2.1.xml
Luis Fernando Vitagliano*

Vi absurdamente chocado as imagens que mostram perseguição e condenação pública da estudante da Uniban em São Bernardo do Campo por usar uma minissaia. Em reportagens li depoimentos que descrevem meninas indignadas com a saia da estudante, querendo forçá-la a tirar sua roupa no banheiro e colocar calça. De repente havia pressões de todos os lados. Nos vídeos que circulam na internet é possível ouvir nitidamente palavras de baixo calão. Li relatos sobre cuspes e chutes na porta.
Mas nada se compara ao absurdo deste fato ter ocorrido nas dependências de uma universidade. Até mesmo aulas foram interrompidas. E o mais assustador: seguranças, coordenadores e professores – não todos evidentemente – pareciam reforçar o comportamento público e também condenar as escolhas pessoais da estudante. Justo em uma universidade? Lugar que deve primar pelo respeito mútuo e colaboração, encontrarmos tamanha demonstração de preconceito e falsa moralidade.
Como professor universitário não posso deixar de manifestar indignação com o evento. A não ser que uma norma escrita pela universidade discrimine nitidamente qual tipo de vestimenta os alunos não devem usar nas dependências do campi (e arque com as conseqüências jurídicas do seu ato proibitivo), cada um tem o direito de vestir-se da maneira que lhe convier.
Discuti o evento com meus alunos, que calorosamente se posicionaram sobre o acontecido. Na tentativa de entender a irracionalidade do comportamento das massas e a epifania da barbárie, nossos argumentos se afloraram. A forma mais usual de justificar os atos de preconceitos protagonizados naquela dependência universitária é dizer que a roupa abusada foi usada causar reações. “Quem sai vestida assim professor, quer provocar!”. Se no ônibus a estudante foi chamada ‘carinhosamente’ de gostosa o que ocorreu na universidade foi uma crescente manifestação provocada pelo seu comportamento.
O argumento não se justifica. Alias é perigoso porque transformam a vítima em algoz. O argumento inverte valores e posições. A estudante da minissaia foi vitima de preconceito e não quem o provocou.
O maior risco da democracia como regime político é tornar-se a ditadura da maioria. O ocorrido é basicamente uma demonstração de intolerância com relação a escolhas pessoais. Associa a roupa às escolhas sociais: esteriotipado.
Posso dizer que eu até entenderia reações contrarias ao uso das roupas ditas ‘abusadas’ se formassem uma crescente manifestação contra o uso da minissaia – tratado assim no genérico e como regra local – claro que o conservadorismo me ia causar estranheza, mas não choque. Mas o caso não tratou disso. Foi nitidamente uma demonstração de intolerância e falso moralismo.
Não podemos nos furtar à preocupação em relação aos casos em que a moral privada, em num regime republicano, invade o espaço público. É alarmante pensar que gerações de estudantes estão se formando sem o discernimento de que o respeito às posições de grupos sociais diferentes e/ou minoritários merecem espaço na sociedade. Pior é perceber o nível de hipocrisia no Brasil: uma sociedade onde a bunda é o carro chefe de toda a televisão aberta de repente trata uma minissaia como um atentado violento ao pudor. Desesperador, no meu caso, é saber que isso acontece no corpo discente (com consentimento de docentes) do ensino superior.

LUÍS FERNANDO VITAGLIANO
http://luisvita.blogspot.com/
Cientista Social - São Paulo/SP